Todos os dias penso em ti. Todo o dia penso em ti. Todas as horas lembro como eras encantador. Nas vezes que me trouxeste à porta de casa, nas vezes em que me abriste a porta de tua casa. Nas noites que passamos no nosso banquinho, a namorar, sem ninguém saber, sem ninguém dar conta. Só nós, tu e eu. Nas vezes que me deitei no teu sofá, e adormeci. Naquela vez em que me disseste que era linda a dormir. Na noite que passamos juntos. Nas manhãs na tua cama. Na limonada deliciosa. No iogurte com banana e biscoitos. No sabor doce a groselha da primeira vez que os meus lábios e os teus se tocaram (ainda compro essa bebida só para sentir o mesmo sabor uma vez e outra). Na tarde tranquila que passamos na ribeira. Nas vezes em que te abracei e mesmo nunca me parecias suficientemente perto. Nas noites que dormi agarrada à tua camisola. Nas vezes que me olhaste nos olhos. Quando me disseste que te estavas a apaixonar por mim. E que me querias beijar. E que era diferente. E que me amavas. E que me adoravas. E que gostavas de mim. E de como prefiro ver a minha janela a partir da tua do que a tua a partir da minha. Todos os dias penso no teu cheiro, tenho tantas saudades. De ficar só a olhar para ti e deixar os meus dedos brincarem no teu cabelo. Todos os dias penso que o que vivi contigo foram as melhores coisas da minha vida até hoje.
E depois penso, em todas as vezes que não passeamos de mão dada, em que te dei um beijinho na cara para me despedir, em todas as preocupações que não tiveste, as palavras que não disseste, o silêncio tão prolongado e doloroso. Não imaginas. Faltaram viagens, conversas, carinhos e gestos pequeninos, mas que tu sabes tão bem quanto eu o quão importantes são. Faltaste tu, a tua essência. Não entendo porque teimas em esconder-te atrás dessa capa feia e escura, que te assenta tão mal e esconde todas as maravilhas que tens dentro de ti. Já te disse isto várias vezes e tu sabes que tenho razão. Tenho saudades tuas. De te ter perto de mim. Tenho saudades do que vivemos. E do que não vivemos: de correr para ti sempre que te vejo, de sair contigo, de dia e de noite, sem ter que esconder nada. De jantar perto da praia. E ir dançar, e chegar de manhã outra vez. De dormir na praia. De acampar. De conhecer sítios novos. De chorar no teu ombro. De passar uma semana contigo. De juntar dinheiro e viajar para um país diferente.
Tenho saudades tuas, o meu coração ainda quer saltar cada vez que te vejo. Mas já não pode. Porque não sabes tomar conta dele, não queres. Deixas que ele caia ao chão. Queria estar aí. Queria que estivesses aqui. Queria que voltasses e me dissesses que já passou, que agora é a sério e que vamos ficar juntos muito muito muito tempo. Mas não voltas. Nem dizes.
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